Monday, January 15, 2007

Caso 40 (obrigaçoes)

A manha estava fria; deitada na sua cama, quente e fofa, faltava coragem a Márcia para enfrentar o mundo lá fora, o caótico trânsito da grande cidade, as complexidades do mundo profissional. Estava melancólica e recordava com saudade a infância passada na sua vila natal.
Mas eram os remorsos, a dúvida e o medo que lhe roubavam as forças; dois dias antes vira o seu namorado praticando o amor com outra mulher. Cega de ciúmes, quis oferecer-lhe o susto da sua vida: depois de pesquisar na net, pela calada da noite, foi à porta dele e cortou-lhe os cabos dos travões. Regressou a casa. Ainda tomou um banho e foi para a cama, mas o arrependimento apareceu, sob a forma de pesadelo e decidiu mandar-lhe uma sms para avisar do perigo. Mas foi tarde: ele e a loira boa, com quem cometera a infidelidade, tinham saído para comprar comida, levando o carro dele. No exacto instante em que a sms chegou, o carro já estava descontrolado, galgando o separador que dividia a estrada do rio, o imenso Tejo onde os dois perderam a vida.
É caso para dizer… se for infiel, não conduza!
Quid Juris

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