Monday, May 22, 2006

Caso 14

Florentino Flores cresceu a assistir aos filmes americanos sobre a mafia o que, segundo os psicólogos mais predestinados teve uma crucial influência do seu desenvolvimento psico-social.
As suas brincadeiras de petiz tinham como denominador comum o excessivo recurso a violência gratuita. Ao completar os dezoito anos, deu o grito de Ipiranga, soltou as amarras paternas e deliciou-se de prazeres mundanos. Para conseguir dinheiro não hesitou, logo num primeiro momento, a alienar como autênticos quadros falsificados; se por acaso, um dos adquirentes reconhecia o logro, munido de uma pistola, descarregada, ameaçava-o, conseguindo, com este expediente, os seus intentos.
Certa noite, profusamente embriagado, celebrou um contrato em que vendia o cérebro a um cientista (ainda que com efeitos para depois da morte) como forma de conseguir o dinheiro suficiente para entrar na mais fashion discoteca da Cuba.
De todas as suas múltiplas histórias, a mais hilariante, sucedeu em Marrocos. Entre alguns amigos jocosamente disse a um dos convivas que lhe comprava todos os seus camelos puro-sangue, de modo a dedicar-se à criação do sublime animal nas raias ribatejanas; o árabe, desejoso de alienar os animais, enviou-lhe por barco os animais, não obstante, ter a perfeita consciência que Florentino estava a brincar quando lhe fez a proposta negocial.

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