Marisa estava simultaneamente nervosa e excitada: pela primeira vez na sua vida ia presenciar um jogo de futebol. E não era um qualquer e banal jogo: era um jogo do Euro, em que Portugal defrontava a equipa da Rússia. O bilhete tinha sido adquirido meses antes, pelo valor singelo de 100 Euros, mais portes de envio e destinava-se à bancada central.
Impregnada pelo fervor nacionalista, tinha preparado com esmero a indumentária a utilizar: tinha decidido levar uns sapatos e meias verdes, uma curta e bela mini-saia amarela e um top vermelho. Três dias antes, na companhia da sua mais intima amiga, dirigiu-se a uma paragem de táxis e acordou com o taxista todos os pormenores da viagem, nomeadamente decidido que partiriam da sua aldeia às 14h00 (não o quis afirmar, mas há muito decidira que antes da Catedral do Futebol (o estádio da Luz, obviamente) iria percorrer a Catedral do Consumo (o centro comercial frente ao estádio). Por estes e outros secretos motivos, Marisa não conseguiu dormir na véspera do jogo.
A manhã que despertou magnifica não augurava o que iria suceder: o dia de ilusão depressa se transformou numa completa desilusão; o taxista (conhecido na aldeia pela sua dependência alcoólica) havia passado toda a noite no aniversário do seu irmão, esquecendo-se, por completo, do contrato realizado com Marisa. Esta, ao tomar conhecimento do sucedido, e não obstante ter tentado por todos os meios um meio de transporte alternativo, foi coagida a ver o jogo pela televisão, sentada, de olhos vermelhos, com a roupa cuidadosamente preparada, no umbral decrépito da sua janela.
Ao seu lado, Mariana, que também passara a tarde em choro compulsivo, ainda que por diversas motivações: não tinha onde morar. A sua casa tinha sido vendida a Fernando, três meses antes, – apesar de ter sido acordado que só ontem seria entregue a este – uma vez que hoje era a data acordada para a nova casa estar concluída.
Impregnada pelo fervor nacionalista, tinha preparado com esmero a indumentária a utilizar: tinha decidido levar uns sapatos e meias verdes, uma curta e bela mini-saia amarela e um top vermelho. Três dias antes, na companhia da sua mais intima amiga, dirigiu-se a uma paragem de táxis e acordou com o taxista todos os pormenores da viagem, nomeadamente decidido que partiriam da sua aldeia às 14h00 (não o quis afirmar, mas há muito decidira que antes da Catedral do Futebol (o estádio da Luz, obviamente) iria percorrer a Catedral do Consumo (o centro comercial frente ao estádio). Por estes e outros secretos motivos, Marisa não conseguiu dormir na véspera do jogo.
A manhã que despertou magnifica não augurava o que iria suceder: o dia de ilusão depressa se transformou numa completa desilusão; o taxista (conhecido na aldeia pela sua dependência alcoólica) havia passado toda a noite no aniversário do seu irmão, esquecendo-se, por completo, do contrato realizado com Marisa. Esta, ao tomar conhecimento do sucedido, e não obstante ter tentado por todos os meios um meio de transporte alternativo, foi coagida a ver o jogo pela televisão, sentada, de olhos vermelhos, com a roupa cuidadosamente preparada, no umbral decrépito da sua janela.
Ao seu lado, Mariana, que também passara a tarde em choro compulsivo, ainda que por diversas motivações: não tinha onde morar. A sua casa tinha sido vendida a Fernando, três meses antes, – apesar de ter sido acordado que só ontem seria entregue a este – uma vez que hoje era a data acordada para a nova casa estar concluída.
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